sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Anatomia de fritura: Scott Speed

E não é que ainda sei o login daqui? Vamos ver se dessa vez eu consigo manter o blog.

Saiu esses dias que o Scott Speed, antiga grande promessa norte-americana da F1, vai processar a Red Bull por quebra de contrato. O mesmo que foi dispensado da Toro Rosso (Red Bull B) com um soco nas costas do Franz Tost.

A bem da verdade, a Red Bull no automobilismo parece ter um dom especial para queimar pilotos: Christian Klien, Vitantonio Liuzzi, Scott Speed, Sebastién Bourdais foram os que mais sofreram com eles. Sem contar os talentos renegados: Enrique Bernoldi e Robert Doornbos, sem contar outros.

Speed foi escolhido num programa por todos os EUA para achar "o próximo campeão de F1 norte-americano", que tinha como um dos "jurados" o ex-campeão da Indy Danny Sullivan. Ele foi o ÚNICO selecionado desse programa, encerrado em 2005. Depois de uma campanha boa nas categorias de base, foi selecionado para formar com Liuzzi a primeira dupla da STR em 2006.

E ali foi ele, recuperado de uma raríssima infecção intestinal (Citada na F1 Racing), Speed fez um trabalho bem regular na STR. Batendo as vezes Liuzzi nas corridas, embora o italiano tenha marcado o ponto do time.

Porém, saiu 2006, entrou um 2007 muito problemático: Quando não era o carro que comprometia, era ele. E seguindo a filosofia da Toro Rosso (Bem exemplicada pelo Verde no ótimo blog dele) de que a culpa é sempre do piloto, Speed foi dispensado e entrou o hoje campeão Sebastian Vettel. Fritado pela primeira vez.

Só que a Red Bull tinha seu próprio time de Nascar, que deixava de ser uma categoria típica dos rednecks do sudeste dos EUA pra ser considerada uma categoria cool e que pagava bem. O êxodo de pilotos de monopostos para os stock cars foi sem precedentes: Juan Pablo Montoya, A.J. Allmendinger, Dario Franchitti, Sam Hornish Jr., ele próprio, Patrick Carpentier. Todos eles anunciaram a ida para a Nascar ou foram mesmo em 2007.

Speed começou de baixo: Fazia um calendário que misturava a Arca (Categoria independente da Nascar, mas muito usada para preparar pilotos para ela) e a Truck Series (Que são na verdade o que conhecemos no Brasil por pick-ups). Porém, no fim de 2008, Allmendinger foi dispensado da Red Bull e aí eles tiveram uma ideia brilhante: "Porque não promovemos o Scott direto pra Sprint Cup?".

Speed tinha tendo resultados excelentes na Arca e muito bons na Truck. Porém, ao promoverem, cometeram um erro básico: Speed ainda precisava de, no mínimo, mais 1 ano na Nationwide Series (Segunda categoria, onde promessas acabam se degladiando com pilotos consagrados da Sprint Cup). Com isso, foi-se o que foi: Speed tinha dificuldades em classificar o carro e mantê-lo no "TOP 35" dos carros (Nota: Na Nascar, existe um campeonato de carros aonde os 35 melhores carros tem vaga automática. A Stock Car tentou copiar isso, só que causou uma polêmica porque a lista era imutável).

Para piorar isso, o companheiro de time Brian Vickers conseguiu levar o carro para os playoffs (Ou Chase For The Sprint Cup) da categoria. Logo, começa-se a pergunta: Como o mesmo time tem 2 pilotos com desempenhos tão descrepantes? 2010 começou para Speed com a corda no pescoço. E 2010 foi ... tão metrefaque ou até pior que 2009: Nenhuma posição final de Speed apresentou 1 dígito só. Sua melhor posição foram 2 déicmos em Atlanta e Daytona. E agora que a Red Bull fez um negócio (sabe-se-lá-como) como a poderosa Hendrick para abrigar Kasey Kahne por 1 ano até abrir uma vaga na própria para ele, Speed se viu numa sinuca de bico e acabou dispensado.

Por mais que a Red Bull tenha alguma razão em demitir o Speed por resultados, ela própria deveria saber que contribuiu (e muito) para a situação dele. E Speed, que tinha potencial, virou mais uma das 4214231312! promessas que não viraram realidade.

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